1 - TÍTULO: A CRÍTICA FENOMENOLÓGICA DE SARTRE À PSICOLOGIA E SUAS POSSÍVEIS REPERCUSSÕES NA EDUCAÇÃO.
O posicionamento filosófico de Sartre (1905-1980) inicia-se com uma construtiva crítica a psicologia de seu tempo. O mote fundamental dessa critica são as emoções. Para o filósofo francês, as emoções são sintomas existenciais em situação que molda a formação da realidade humana e não requer uma determinação, a não ser quando vivida instantaneamente. Estamos sujeitos a desenvolver uma infinidade de emoções diferentes, conforme os acontecimentos e as situações vividas. As emoções podem ter um papel fundamental nas relações humanas concretas, na saúde e na qualidade de vida e, por isso, é importante aprendermos a conhecê-las melhor e a trabalhar com elas. A reflexão sartriana ancorada no método fenomenológico constrói uma vigorosa critica acerca dos trabalhos desenvolvidos pelos psicólogos que estudam as emoções, sobretudo, quando moldam o comportamento humano a padrões determinados. Nesse sentido, o presente Minicurso tem como objetivo expor a critica sartriana as emoções colocadas pela psicologia em padrões de comportamento e que repercute nos modelos de ensino educacionais. Para tanto, essa compreensão se divide em dois momentos vinculados um ao outro: primeiro, faremos uma exposição geral sobre os conceitos de emoção, náusea, autenticidade, realidade humana, mundo e engajamento afim de compreender melhor a questão; segundo, mostrar como Sartre pensa a psicologia do seu tempo através das emoções e reconhecer as implicações significativas na educação e nas suas respectivas metodologias de ensino.
Palavras-Chave: Sartre. Emoções. Critica. Psicologia. Educação.
3 - JUSTIFICATIVA
Este projeto é relevante na medida em que ressalta a crítica desenvolvida por Sartre contra a psicologia, a qual pretendia determinar nas pessoas padrões de comportamento ou modos de viver. Tal determinação repercute significativamente na educação que elabora métodos de como o indivíduo deve agir social e moralmente.
Essas questões motivam Sartre a um posicionamento crítico e permite a ele se expressar de forma paradoxal: o homem é o ente que é o que ele não é e não é o que ele é; descrever coisas que soa quase histérico, mas não negativamente e singularmente questionador: o outro rouba o meu mundo, engendrando hipérboles: O homem está condenado a ser livre. A perspectiva de Sartre sobre o homem e o mundo é permeada de contornos irregulares e debates desiguais sobre a própria realidade humana.
Assim, a metodologia de Sartre segue uma crítica ácida e entrelaça outros aspectos: o método fenomenológico, a luta por uma existência mais responsável e livre, também pelo engajamento. Tal empreitada foi desenvolvida em diversas obras: A Transcendência do ego: esboço de uma descrição fenomenológica e A Imaginação (19360; Esboço para as teorias das emoções (1939); O imaginário (1940); O ser e o nada (1943); dentre outras. Esses textos expõem um exame detalhado da realidade humana como ela se manifesta, numa leitura fenomenológica.
A fenomenologia existencial sartriana não salvará a humanidade da crise do significado humano, mas nos servirá para recordar-nos de que está em perigo de se perder: a condição de humano.
Com essas observações ele intenta debater a maneira pela qual vivemos. A dedução possível, após a leitura dos textos é que a psicologia e a educação não dizem exatamente como se estabelece a experiência homem-mundo. Para Sartre estes instrumentos atuam como refúgios e não são neles que nos descobriremos, mas somente em situação de autonomia de escolha, no meio das coisas e entre os homens.
4- OBJETIVOS
4.1 GERAL:
Analisar a crítica de Sartre à psicologia apontando suas repercussões para a educação
4.2 ESPECIFICOS:
Destacar os conceitos sartreano de EMOÇÃO, NÁUSEA, AUTENTICIDADE, REALIDADE HUMANA, MUNDO, ENGAJAMENTO;
Constatar que as emoções conceituadas pelos psicólogos e exposta pelos educadores não são condições capazes de determinar o que o homem é;
Demonstrar a inversão do conceito de autoridade e autoritarismo, o que gera um saber autoritário (cão de guarda e dono da verdade);
Esclarecer a critica ao papel do professor como alguém a ser seguido e obedecido;.
Explicitar a importância do OUTRO como elemento contraditório da presença com o diferente: reconhecimento e conflito;
Mostrar que o processo de inserção das pessoas no mundo é condição para a formação da sua história, da sua cultura e de seu engajamento.
5 - METODOLOGIA
Esta pesquisa iniciará com uma reflexão a cerca do pensamento sartreano, mais especificamente com as questões da emoção nas relações humanas concretas e a compreensão do método fenomenológico existencial que contribui para esclarecer a crítica sarteana à psicologia e o modo como pensamos repercutir na educação.
Para tanto, serão disponibilizados os textos: Esboços para uma teoria as emoções e Determinação e liberdade a fim de melhor desenvolver a temática proposta nesse trabalho.
Serão apresentados os esquemas dos textos, através de data show, exibição de vídeo/documentário e imagens.
6 - MATERIAIS NECESSÁRIOS
- Sala climatizada com carteiras suficientes para os inscritos
- Piloto, apagador, quadro branco
- Xérox dos textos de apoio para os participantes inscritos
- Data show
- Água
7 - PLANO DE ATUAÇÃO
DIA
21.01.2010
22.01.2010
ASSUNTO
O pensamento de Sartre na obra Esboço para uma teoria das emoções e no texto Determinação e liberdade.
A crítica de Sartre à psicologia e a repercussão na educação
OBJETIVO
Conhecer os conceitos de emoção, náusea, autenticidade, realidade humana, mundo e engajamento.
Mostrar como Sartre pensa a psicologia e reconhecer as implicações de sua crítica para a educação.
RECURSOS
- Sala climatizada com carteiras suficientes para os inscritos
- Piloto, apagador, quadro branco
- Xérox dos textos de apoio para os participantes inscritos
- Data show
- Água
- Sala climatizada com carteiras suficientes para os inscritos
- Piloto, apagador, quadro branco
- Xérox dos textos de apoio para os participantes inscritos
- Data show
- Água
8 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CARVALHO SILVA, Carlos Henrique. Conflito e existência do outro na obra de Sartre. In: Extratos filosóficos: 10 anos do curso de pós-graduação em filosofia da UFC. Fortaleza: edições UFC, 2009. P. 283-294.
MASTRONARDI, Thomas Félix. Sartre, o advogado do paradigma da liberdade. In: Cadernos Sartre. Fortaleza: EdUECE. 2008. P. 73-87.
PAIVA, Eliana Sales. Um exercício supremo de má-fé para Sartre: o inconsciente freudiano In: Colóquio Internacional Jean-Paul Sartre 100 anos. UERJ-Brasil. 2005.
SARTRE, Jean-Paul. Esboço para uma teoria das emoções. Porto Alegre: L&PM. 2007.
SARTRE, Jean-Paul. Determinação e liberdade. In: Moral e Sociedade. São Paulo: Paz e Terra. 1994.
SILVA, Cléia Góis. Consciência pré-reflexiva e consciência reflexiva: o imaginar e a consciência emotiva em Jean-Paul Sartre. In: Cadernos Sartre. Fortaleza: EdUECE. 2009. P. 27-36.
[1] Mestre em filosofia pela UFC, professora da UECE e coordenadora do Grupo de Estudos Sartre GES-UECE.
[2] Mestre em Filosofia pela UFC, Co-coordenador do Grupo de Estudos Sartre GES-UECE e Editor Adjunto da Revista Cadernos Sartre (ISSN 1983-6473).